15 de nov. de 2013

Essa tal da LIBERDADE




Meu amiguinho Clóvis, que cito e apresento no tópico “chegando”, divide a dita cuja em três: liberdade de agir, de pensar e de querer. Ele, com maestria, nos ensina um pouco mais sobre como é complexa, mas ao mesmo tempo imprescindível, essa tal da liberdade. Vale tentar conhecê-la um pouquinho mais; e sempre. Vale buscá-la, mais e mais; e por todo o sempre!

Ao lê-lo, reportei-me a um fato marcante, que aconteceu comigo e que ficou claramente como um dos grandes divisores de água da minha vida pois,  mesmo não sendo Moisés, adoro um “divisor de águas”. Ao abrir nosso Mar Vermelho, abrimos caminho p/ que possamos prosseguir em nossa trajetória, dando sequência ao nosso caminhar (seja lá para onde) que é, no fundo, o que fazemos desde que nascemos ate o dia da nossa morte: caminhar!

Lá por volta de 2006, em minha fase de viciado orkutiano, aconteceu este meu “momento Moisés”: tive uma opinião minha deletada/censurada em uma comunidade e, como troco, resolvi que criaria a minha própria comu, que teria somente dois princípios básicos. Ninguém teria que pedir permissão para entrar (ou sair, evidente), e eu garantiria, dando meu fio de bigode, 100% de certeza que nada seria deletado, censurado ou apagado ali, fosse qual fosse seu conteúdo. Só não poderia garantir, claro, que o próprio autor apagasse aquilo que ele mesmo houvesse escrito. De minha parte, oferecia a garantia para que cada um exercesse a sua liberdade em plenitude. Queria, no fundo, saber o que as pessoas, o ser humano, faria com sua liberdade, se soubesse que ela poderia ser exercida plenamente. E assim foi.

Para minha decepção (teria eu sido pueril ao extremo?), o resultado final foi que, em curtíssimo prazo, aquilo ali virou uma Torre de Babel. As baixarias, os barracos, a mediocridade, a podridão e a pobreza alcançaram níveis estratosféricos. Acho que se sentia mais livre, com aspas ou sem, aquele que mais xingasse, aquele que mais pegasse pesado, aquele que mais chulo, grosseiro e estúpido fosse em suas postagens! Decepcionei-me até o último fio de cabelo, que já não eram muitos na ocasião, mas mantive meu fio de bigode empenhado. Nada apaguei, deletei ou censurei. Tudo ficou por ali, documentado.

O que mudou foi que, por me sentir extremamente incomodado com o resultado final, sentindo-me cada vez mais fazendo parte de uma comunidade que me causava nojo e asco, ofereci a comu para o primeiro que levantasse a mão demonstrando interesse em passar a ser o “dono” da comu. Rapidamente apareceu um interessado, e pra ela passei a comu. Saí, sem olhar para trás. Tentei o que quis tentar, fiz o que quis fazer, aguardei o resultado final (nojento), e saí com a noção de objetivo alcançado, mesmo  tendo uma grande decepção como resultado final.

A comu seguiu, passando a ter como dono a pessoa A, depois a B, C etc... até parar nas mãos da pessoa X. Nas mãos da X ela foi reestruturada e lapidada com os olhos de sua dona (como não poderia deixar de ser) e passou a bombar. Tornou-se uma das comunidades mais profícuas, produtivas e com o grupo mais heterogêneo e participativo que encontrei em todo meu tempo de orkutiano. Neste momento, voltei a fazer parte da comu. Só que agora, seguindo as “regras” de sua proprietária, senhora X. E as regras desta, não eram compostas pelos mesmos dois princípios básicos com os quais quis abrir a minha comu. Eram as regras com um padrão, digamos, de uma Paula Lavigne, até porque o nome da dona da comu lembra um pouco a ex-musa do nosso querido Cae.

Não deu outra. Minha participação por ali foi temporária, até ser expulso! Consegui a proeza de ser expulso da própria comu que havia criado. Ironia, peça, ou aprendizado que a vida nos reserva, para algo mais nos ensinar...e que precisaremos usar durante a nossa caminhada, depois de aberto o Mar Vermelho!!

Hoje, 2013, vejo quanto me foi importante viver tudo isso. Quanto me era necessário beber dessa fonte. Quanto eu precisava ainda aprender o que fazer para reforçar minha capacidade para AGIR, PENSAR e.....QUERER! Acho que sempre me senti razoavelmente livre e competente no quesito agir e no pensar, mas ainda era um aprendiz total no que precisava saber quanto à liberdade de QUERER!

Quando Clóvis e Orkut agora se alinham, passados quase 7 anos, a poeira baixa, as nuvens são levadas pelos novos ventos, a poeira se dissipa.....e o Mar Vermelho abre-se à minha frente!

Caminho livre para prosseguir em minha trajetória de vida. O obstáculo do Mar Vermelho foi superado. E ficou para trás.

Mais ciente e consciente de que Carlos Castañeda estava certo há muito tempo quando nos alertou de que “todos os caminhos são iguais. Todos eles levam ao mesmo lugar; ou seja, a lugar nenhum. Mas um deles será trilhado com o coração, e é este que você deverá seguir”!

Ou o Gil, em sua maravilhosa “Se Eu Quiser Falar Com Deus”

Ou o Antonio Abujamra, quando termina suas “provocações” dizendo ao convidado para, como últimas palavras, apoderar-se da sua corda da liberdade...e enforcar-se nela!!

Grande abraço, CC, GG e AA; vocês fazem parte aqui da minha comunidade. Eu os enxergo em minha caminhada!

Amém!



* CC, GG e AA acabou parecendo sequência de DNA. Ironia do Criador, quem sabe!?

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